"Viagens na Minha Terra" de Almeida Garrett [Opinião Literária]
Título: Viagens
na Minha Terra
Autor: Almeida
Garrett
Editora: Porto
Editora
Sinopse:
Partindo de uma viagem real, Garrett faz
várias divagações e considerações sobre a situação política e social do país,
entrecruzando-as com a história de Frei Dinis, Carlos e a sua prima Joaninha. O
amor entre os dois primos parece ser eterno, mas acontecimentos externos e um
segredo familiar irão provocar o desastre. Paralelamente ao drama amoroso, o
romance constitui ainda uma feroz crítica à política e à sociedade do país.
Opinião:
Viagens na Minha Terra é uma obra que
mistura uma narração novelesca com os detalhes de uma viagem real (de Lisboa a
Santarém). Almeida Garrett mistura no seu discurso elementos da linguagem ora clássica,
ora popular e por vezes jornalística. É, portanto, uma obra original, mas cuja miscelânea
de estilos e alternância dos planos temporais acaba por se tornar confusa para
o leitor.
No entanto, para além das digressões pessoais
do narrador, a componente novelesca desenvolve-se em torno de Frei Dinis, Carlos
e Joaninha, personagens repletas de simbolismo. Frei Dinis representa o espírito
velho, absolutista, conservador e defensor dos valores tradicionais. Carlos,
por sua vez, apresenta-se como o símbolo dos novos ideais, renovadores e
liberais. Através destas personagens o autor realiza uma crítica à sociedade portuguesa
da época.
Apesar de ser claramente uma obra que
trouxe inovação ao mundo literário, não me conseguiu cativar. A narrativa
desenrola-se de uma forma pesada, monótona e algo confusa. Contudo, Almeida
Garrett concretiza uma excelente crítica política e social do país,
praticamente intemporal.
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