RECENTES

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"A Ruína" de Jennifer Egan [Opinião Literária]




Título: A Ruína
Autora: Jennifer Egan
Editora: Saída de Emergência





Sinopse:

Danny era um jovem popular e promissor. Howie era obeso, solitário e objecto de chacota. Os dois primos ficaram marcados na adolescência por uma brincadeira com consequências trágicas que mudou as suas vidas para sempre. Principalmente a da vítima, Howie. Vinte anos mais tarde, Howie pede ajuda a Danny para restaurar um castelo na Europa de Leste. Aparentemente os papéis inverteram--se: o popular Danny é agora um desempregado a fugir de cobradores a quem nunca devia ter pedido dinheiro. E Howie é um excêntrico milionário da alta finança que sonha criar o mais invulgar retiro alguma vez imaginado. O castelo, agora em ruínas, é um lugar afundado numa herança de sangue e orgulho, invocando todos os elementos do gótico: um lago, catacumbas secretas, uma velha baronesa e uma torre misteriosamente intacta... Após a sua chegada, Danny começa a perceber que cometeu um erro terrível: aquele refúgio perfeito transforma-se no único lugar de onde se devia manter afastado para sobreviver. Num ambiente de total paranoia, a ruína torna-se no cenário ideal para a derradeira vingança de Howie. Desta vez, uma brincadeira com resultados ainda mais catastróficos. Enquanto isso, um homem cujo nome desconhecemos encontra-se numa prisão de alta segurança por ter cometido um crime misterioso. Na sua cela, escreve uma história inesquecível: a de dois primos que se reencontram vinte anos mais tarde para restaurar um castelo em ruínas na Europa de Leste...

Opinião:

Neste romance neo-gótico estamos perante um enredo criativo, visionário e com grande potencial. Mas todo ele é abafado por personagens desinteressantes, diálogos confusos, e uma escrita desorganizada e inconstante.

As idiossincrasias das personagens, quando poderiam ser interessantes, são simplesmente absurdas. Os diálogos entre elas são por vezes bruscos, repletos de palavrões, sem justificação aparente. A escrita da autora é também muito inconstante, alterna entre descrições belas e uma narrativa entediante e sem emoção.

O próprio livro carece de estrutura: não há um início, meio e fim concreto, tudo aparece misturado, o que torna a leitura demasiado confusa. A execução do enredo é bastante pobre, as motivações das personagens não são claras e o potencial da estória perde-se no meio de tanta desorganização. No fundo, é pura e simplesmente uma desilusão.

0 comentários: