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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"A Máquina do Tempo" de H. G. Wells [Opinião Literária]





Título: A Máquina do Tempo
Autor: H. G. Wells
Editora: Publicações Europa-América






Sinopse:

Publicado pela primeira vez em 1895, A Máquina do Tempo consagrou-se como uma das obras-primas da literatura universal e iniciou o período literário em que o homem é capaz de viajar no tempo e, por vezes, alterar o destino da humanidade.

E, Wells começou aqui uma fantástica e aclamada produção literária, tantas vezes adaptada ao cinema e televisão, tendo sido a sua Guerra dos Mundos adaptada à rádio por Orson Wells e lançado o pânico nos Estados Unidos pelo seu impressionante realismo.

No final da época vitoriana, um cientista inventa a Máquina do Tempo e viaja até ao ano 802.700, onde encontra tudo mudado. Nesta época, muito mais utópica, as criaturas que encontra pareciam viver em perfeita harmonia. 

O Viajante do Tempo pensa poder estudar estes magníficos seres humanos, desvendar-lhes os segredos e regressar ao seu tempo. Até que descobriu que a sua invenção, o seu passaporte para a fuga, tinha sido roubada…

Opinião:

H. G. Wells é sem dúvida uma figura proeminente no âmbito da ficção científica, sendo o responsável por inúmeras obras que influenciaram grandemente o género e influenciaram a sociedade da época. A Máquina do Tempo é um excelente exemplar da relevância da ficção científica não apenas como fonte de entretenimento, mas também detentora de conteúdos simbólicos e pujantes.

Nesta obra, Wells visionou a criação de uma máquina capaz de transportar o ser humano para o futuro, permitindo uma abordagem da evolução humana e . O protagonista – denominado apenas de O Viajante do Tempo – é transportado para o ano 802701, onde se depara com duas raças distintas: os Eloi, seres frágeis e delicadas, com aparência e intelecto infantis e uma riqueza abundante, e os Morlocks, criaturas aberrantes que habitam os túneis subterrâneos. Aparentemente a vida nesta sociedade é levada em harmonia, até que se descobre a verdadeira natureza da relação entre ambas as raças: os Morlocks mantêm os Eloi como sua fonte de alimentação, como presas prontas para serem capturadas durante a noite.

Assim, o autor assenta nesta dicotomia a separação de classes na sociedade inglesa da época. Representando a burguesia (os Eloi) e a classe operária (os Morlocks) em pólos opostos, Wells construiu uma metáfora intemporal acerca da injustiça social, assim como um alerta para o progresso científico e a prossecução de uma utopia. Afinal, quando atingimos a perfeição, o que teríamos para impulsionar a mudança? Algo eventualmente teria de ceder. E neste futuro distante, a raça humana perdeu a capacidade de lutar pela sobrevivência. Apesar do seu aspeto diminuto, este livro encerra mensagens poderosas.

A narrativa segue algumas linhas teóricas de biologia, física e sociologia em voga na segunda metade do século XIX. Por conseguinte, face aos avanços da ciência desde então, esta obra logicamente apresenta algumas incongruências e justificações ilógicas.

H. G. Wells é formidável na conceção de uma atmosfera sombria, proporcionando ao leitor uma sensação de mistério permanente ao longo da leitura. De forma exímia é transmitida a perceção de um indivíduo num mundo completamente estranho, com todas as emoções conflituosas e aterradoras que acarreta. É um livro ficcional mas nem por isso menos credível, ideal para uma leitura concisa e introspetiva.

2 comentários:

  1. Confesso que não sou a maior fã deste livro. Custou-me um pouco lê-lo, apesar de ter gostado da mensgem principal.

    Beijinhos

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    1. Por acaso até o li bem rápido... O que te desagradou mais?

      Beijinhos*

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