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terça-feira, 26 de novembro de 2013

"O Codex 632" de José Rodrigues dos Santos [Opinião Literária]

Título: O Codex 632

Autor: José Rodrigues dos Santos

Editora: Gradiva

Coleção: Série Tomás Noronha (nº1)

Sinopse:

A mensagem foi encontrada entre os papéis que um velho historiador deixara no Rio de Janeiro antes de morrer. 
MOLOC

NINUNDIA OMASTOOS

Tomás Noronha, professor de História da Universidade Nova de Lisboa e perito em criptanálise e línguas antigas, foi contratado para descodificar esta estranha cifra. Mas o mistério que ela encerrava revelou estar para além da sua imaginação, lançando-o inesperadamente na pista do mais bem guardado segredo dos Descobrimentos: a verdadeira identidade e missão de Cristóvão Colombo.

Baseado em documentos históricos genuínos, O Codex 632 transporta-nos numa surpreendente viagem pelo tempo, numa aventura repleta de enigmas e mitos, segredos encobertos e pistas misteriosas, aparências enganadoras e factos silenciados, num autêntico jogo de espelhos onde a ilusão disfarça o real para dissimular a verdade.

Opinião:

Como apreciadora da História Portuguesa, em particular do período fascinante denominado de Descobrimentos, não poderia deixar passar a oportunidade de ler esta obra. Nela, José Rodrigues dos Santos elabora uma tese credível acerca da origem de uma das personagens mais relevantes dessa época. Atacando as inúmeras inconsistências no relato da vida de Cristóvão Colombo, o autor pretende oferecer uma resposta a este grande mistério. Afinal, quem foi realmente Colombo? Qual era a sua verdadeira nacionalidade? E o que estaria por detrás da sua viagem e subsequente descoberta do Brasil?

É notória a avidez de José Rodrigues dos Santos pela pesquisa histórica, assente em documentos genuínos, e depreende-se que foi levada a cabo uma investigação minuciosa dos jogos políticos por detrás dos Descobrimentos, o que se traduz numa obra rica e complexa. Por vezes, o autor chega mesmo a incluir tantas referências e conteúdos históricos, debitados um atrás do outro sem cessar, que se torna difícil seguir uma linha de raciocínio lógica. Neste aspeto, o livro torna-se algo maçudo, mas a sucessão constante de especulações extraordinárias é cativante o suficiente para prender o leitor. Por conseguinte, a escrita é simples e acessível, mas o ritmo peca pelas constantes interrupções da ação com explicações densas, repetitivas e demasiado descritivas. Enquanto leitora de outras obras deste autor, senti a falta do embelezamento na escrita que normalmente associo a José Rodrigues dos Santos, na medida em que a linguagem se torna muito direta e pouco marcante.

Relativamente às personagens, gostei bastante do protagonista, Tomás Noronha, um indivíduo com muitos defeitos mas com características redentoras. A sua vida familiar é desenvolvida paralelamente à investigação principal, o que poderá explicar a abordagem mais apressada e por vezes algo piegas de alguns acontecimentos. A inclusão da temática da Sindrome de Down é louvável, fica a alusão às grandes dificuldades pelas quais passam os pais de crianças que padecem desta condição.   

Aconselho vivamente a quem, como eu, aprecia um bom mistério, a quem não se deixa intimidar por uma imensidão de factos históricos, e a quem gostaria de descodificar o enigma por detrás da vida do descobridor da América.

4 comentários:

  1. Olá Mónica,
    Foi precisamente com este livro que me "apaixonei" pela escrita de JRS. No entanto não gostei da Formula de Deus, mas adorei A filha do capitão e a vida num sopro.Tenho o 7º selo e furia divina para ler mas cansei um pouco Tomás Noronha.
    Bjs
    Dulce Barbosa

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    1. Olá!
      "A Filha do Capitão" e "A Vida Num Sopro" são obras lindíssimas, também adorei :)
      Da coleção Tomás Noronha ainda não li mais nenhum por isso não me posso pronunciar muito mais :p
      Beijinhos

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  2. Este foi o único titulo que li do JRS. Gostei do aspecto histórico e ando muito curiosa sobre a Filha do Capitão. Fico contente em ver uma opinião positiva. :-)

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    1. Gostei bastante deste mas "A Filha do Capitão" é muito superior! Também tenho a opinião aqui no blogue, foi uma leitura que adorei, a estória é lindíssima! Aconselho vivamente! :)

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